sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Um porquinho sortudo e um lobo azarado

Sei que tenho falado muito no Lobo Mau. Ele está presente por aqui desde o início, quando postei um comentário sobre o fascínio que a personagem exercia sobre o Pedro. O Pedro cresceu, nasceu o Antônio, que bastou crescer só um pouquinho para descobrir que o Lobo Mau lhe reservava muitas emoções. É o lobo dos Três Porquinhos, dos Sete Cabritinhos, da Chapeuzinho Vermelho e de muitas outras histórias recentes ou não. A verdade é que a gente aqui em casa nunca se cansa de apreciar um bom Lobo Mau. Foi assim com De repente!, de Colin McNaughton, garimpado em uma de minhas passagens pela Livraria Martins Fontes, no Centro. Um achado. Preston, o porquinho objeto do desejo do faminto e malévolo lobo, é um sortudo. Todas as vezes que o, por sua vez, azarado lobo se prepara para o golpe fatal acontece algum imprevisto que salva o porquinho. A brincadeira ganhou o Antônio, que faz caras e bocas todas as vezes que vê o lobo se dando mal. Ele amou a história e a ilustração super expressiva de McNaughton, um dos mais prestigiados ilustradores ingleses, que representa com cores fortes e personagens robustos a tensão da história. A sacação do autor garante lugar na estante dos meninos para mais um livro de lobo.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Viva a fantasia!

Outro dia li no blog dos Roedores de Livros a indicação do Coelho Mau, de Jeanne Willis, com ilustrações de Tony Ross, e me dei conta da minha falha em não tê-lo citado aqui. O livro, editado pela Ática, é uma delícia. O Pedro me pediu quase uma centena de vezes para lê-lo e tentou, ele próprio, ir sozinho até o fim da história mais de uma vez. A narrativa do Coelhinho Felpudinho que se transforma no Coelho Mau mexe com a imaginação das crianças por lançar mão de várias desejos comuns aos pequenos, como não tomar banho, pregar peças nos outros, fazer manobras radicais e dormir altas horas, entre outros, para traçar o perfil de um dos coelhos da Turma dos Sinistros. Tudo narrado  sem moralismos e com muito humor. A história é uma delícia e seu desfecho é surpreendente, mostrando o que uma criança é capaz de fazer para driblar seus pais e esconder um boletim com notas ruins. Afinal, um boletim pintado de vermelho tira o sono de qualquer um, né? A história é ilustrada pelo craque Tony Ross, que dá ainda mais asas à imaginação do Coelho Mau com ilustrações em nanquim, aquarela e pastel oleoso. Um livro que vale a pena por contar uma história cheia de imaginação, humor e ternura. Que a gente possa ter a liberdade de deixar nossos meninos viajarem na fantasia para viverem por lá o lado mau de cada um deles.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Há sempre um mais forte

Olha a cara do lobo ali ao lado e vê se dá para ficar indiferente a este delicioso livro do escritor belga Mario Ramos, editado pela Martins Fontes. Nem eu nem o Antônio conseguimos. A história de Eu sou o mais forte é uma bela sacada, usando o mais do que conhecido lobo mau. Mau como um pica-pau e narcisista como um pavão. O que o lobo de Mario Ramos exibe é sua força e sua ferocidade, com um texto enxuto e ilustrações super expressivas. E é claro que o Antônio e os bichos do bosque onde ele anda todo garboso se curvaram imediatamente diante do Lobo Mau. A história muda de rumo apenas quando o fortão se depara com uma pequena espécie de sapo. O pequenino ousa desafiar o lobo e tudo muda. Muda com humor e inteligência. Com certeza mais um livro maravilhoso para lermos para nossos pequenos que tanto temem e tanto amam o Lobo Mau.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Para espantar o lobo mau

Tem tempos que estou para falar aqui do Tico e os lobos maus, de Valeri Gorbachev, editada pela Brinke-Book. A história e as ilustrações de Valeri são de uma delicadeza adorável e fazem o maior sucesso com o Antônio, meu menino assombrado, como o Tico, pelo lobo mau. Valeri cria uma atmosfera acolhedora para a casa de Tico, onde ele acorda de um pesadelo terrível com lobos maus. Ele conta seus medos para uma mãe protetora que faz tudo para mostrar para ele e seus irmãos, que acordam com o pedido de socorro de Tico e passam a viver seu pesadelo, que o medo deles é infundado. Sem sucesso, mamãe coelha resolve sair de casa para afastar os lobos maus. Na verdade, os lobos maus não existem e mamãe coelha finge tocá-los de lá com uma vassoura. Os coelhinhos ficam aliviados e dormem felizes com a mãe no meio deles. O mais engraçado é que o Antônio apesar de ver a história de um ângulo privilegiado, acredita como os coelhinhos que mamãe coelha afastou os lobos maus do quintal da casa deles. Em sua fantasia, tenho certeza, que ele não percebe que os lobos maus não existem. Mas felizmente dorme tranquilo, assim como o Tico.