segunda-feira, 7 de junho de 2010

Toda criança quer ser Píppi

Píppi Meia Longa é a mais nova paixão do Pedro. Ele adorou a história da menina que vive sem pai, nem mãe em companhia de um cavalo e de macaquinho em uma casa que leva o estranho nome de Vila Vilekula. Píppi é o desejo de toda criança. Ela é destemida, forte, engraçada, inteligente e, o que é melhor, dona de seu nariz. Píppi faz o que quer.  E o querer de Píppi é o querer de qualquer criança. Esta independência, aliada à total falta de noção de Píppi, garantem passagens hilariantes à história criada há 65 anos pela escritora sueca Astrid Lindgren, como um presente para a sua filha, então com 10 anos. A beleza do livro, no entanto, não está apenas no humor e na liberdade de uma menina que chocou a sociedade sueca em seu lançamento. Ele traz uma menina de verdade, que muitas vezes, diante do espanto do mundo dos adultos com seu seu comportamento, revela suas fragilidades. A força de Píppi está justamente em driblar suas fraquezas. A maior delas, com certeza, é a falta que o pai e a mãe lhe fazem. "Se você tem uma mãe que é um anjo e um pai que é o rei dos canibais, e se você passou a vida inteira navegando mar afora, acaba não sabendo direito como se comportar na escola, no meio de tanta maçã e de tanta iguana...", diz Píppi a uma irritada professora com a total inadaptação da menina à escola, uma das instituições mais repressoras da sociedade moderna. Tudo isso é dito sem pieguismo e contribui para a certeza que o leitor vai construindo ao longo da história de que Píppi é uma menina especial. Especial por lidar com suas inseguranças com o poder da imaginação. Imaginação que pode criar um menino chinês, chamado Pedro, isso mesmo, Pedro, que morre de fome por negar-se a comer de maio a outubro; ou uma empregada maravilhosa que, apesar disso, tem todos os defeitos que as mulheres conseguem encontrar em suas serviçais. Com todas estas qualidades, Píppi nasceu para fazer a felicidade de crianças e de adultos, que ainda sonham com as delícias de um pão com manteiga recheado de açucar, e tornar sua criadora uma revolucionária escritora de livros infanto-juvenis. Astrid, que até então era uma jornalista, tornou-se com Píppi uma autora de muito sucesso, que produziu em seus 94 anos de vida mais de 80 livros publicados. Depois de sua morte, o Governo Sueco criou o Prêmio Astrid Lindgren para a literatura para jovens e crianças. É o mais valioso prêmio existente no mundo para a LIJ, que a nossa Ligya Bojunga recebeu em sua segunda edição. Pena que, no Brasil, Astrid e Píppi sejam quase desconhecidas. Eu, por exemplo, soube da existência delas pela mãe da Marie, uma coleguinha do Pedro, que é belga e tem Píppi entre suas memórias de infância. Por aqui, apenas a trilogia de Píppi e Os irmãos coração de leão ganharam traduções, todas pela Companhia das Letrinhas. Mas eu e o Pedro, que, como todo mundo, adoramos Píppi, já estamos nos preparando para ler Píppi à bordo e de Píppi nos mares do sul.

8 comentários:

Carol Garcia disse...

adorei a dica!
to louca pra ler a Píppi!
bjinhos
carol
http://viajandonamaternidade.blogspot.com

Márcia disse...

Fico aqui babando as suas indicações de livros, mas como mora nos EUA tenho certa dificuldade em conseguir livrinhos infantis em português. Aí, criei uma proposta de um sebinho/troca-troca lá no meu blog. Você não quer me ajudar a divulgar a idéia? Beijinhos.

Luciana Conti disse...

Oi, Márcia,
Vou no seu blog para ver como posso ajudar na divulgação.
bjs

Márcia disse...

Obrigada pela dica da Estante Virtual. Não consegui me cadastrar porque eles exigem um CEP do Brasil para o cálculo do frete. Pelo jeito, não enviam para o exterior. Mas, depois eu vou fuçar com mais tempo e atenção. Posso colocar o CEP de parentes e pedir que eles reenviem, né? Vamso ver... Obrigada. Beijos.

Márcia disse...

Consegui fazer o cadastro!!! Thanks again!

si disse...

Adoro a Pippi, a vila, a escola, o cavalo. Como Mamá se deliciou com as aventuras dela. Já viu que o HBO tem uns filmezinhos tb? Ainda não assisti, mas falam que é bem legal! beijos Lu

Eloí disse...

Ah, que legal este post sobre a Píppi Meialonga! Sou fã desta personagem até a raiz dos cabelos.
Píppi é companheira para toda a vida. Píppi e Ann de Green Gables são minhas personagens do coração.
Não posso viver sem estas duas por perto.
Um grande abraço

Luciana Conti disse...

Oi, Elói,
Eu não conheço Ann de Green Gables. Mas dei um google e gostei do que vi. Vou procurar o livro e o filme para o Pedro. Valeu pela dica. Depois te conto. abs