sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

A aventura da descoberta do Brasil

Estivemos nas férias a bordo da réplica perfeita da Nau Capitânea, navio com o qual Pedro Álvares Cabral desembarcou em 1500 em Porto Seguro, na Bahia. Os meninos, como não poderia deixar de ser, ficaram animadíssimos passeando pelo navio que, em mim, adulta, provocou uma certa frustração. Confesso que imaginava uma caravela enorme com uma cabine bacana para o comandante, mas que nada! A nau mais parece um barcão, onde 120 homens passaram dois meses, defecando ao mar e dormindo todos juntos em um porão úmido e escuro. Nada parecido, por exemplo, com o navio do Capitão Gancho. Mas a visita à nau, que é precidida por uma exposição sobre a aventura portuguesa, vale a pena. Na seqüência dela, vale emendar com a história de Ruth Rocha, ilustrada por Eva Furnari, em que o menino Pedrinho se envolve na aventura que foi a descoberta do Brasil. Faz muito tempo, no entanto, não é recomendável para crianças muito pequenas apesar de em sua contracapa estar indicado para crianças maiores de três anos. A história é longa e legal para quem já tem condições de entender um pouco deste encontro de dois mundos tão diferentes.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Brasileirinhos em verso e belíssimas ilustrações







O poeta Lalau e a ilustradora Laurabeatriz formam uma dupla e tanto! Eles são os autores da maravilhosa série Brasileirinhos, editada pela Cosac & Naify. São quatro livros em que eles apresentam em verso e em belíssimas ilustrações bichos brasileiros que estão em risco de extinção. A seleção dos bichos é um dos pontos altos dos livros, que nos apresentam desde o famoso e fofo peixe-boi até a desconhecida lagarixa-de-areia. Cada um deles ganha uma página dupla, onde um poema exalta suas características e qualidades e um pequeno texto informa sobre seu habitat, sua alimentação e a condição de risco em que vive. Os textos são fáceis e agradáveis e podem ser lidos para crianças bem pequenas. O Pedro foi apresentado ao primeiro deles, Brasileirinhos - na minha opinião o melhor -, aos três anos. Os outros - Novos Brasileirinhos, Mais Brasileinhos e Bem Brasileirinhos - vieram na seqüência e serviaram tanto para ele ter os primeiros contatos com a poesia, quanto para ele conhecer mais sobre os bichos brasileiros. Até hoje, já alfabetizado, gosta de folhear e ouvir as histórias destes bichos tão brasileiros. O encanto dos livros rendeu à série o selo de Altamente recomendável pela Fundação Nacional do Livro Infanto Juvenil. Com justiça!

domingo, 11 de janeiro de 2009

Uma fábula bem brasileira

Hora de dormir é para o Pedro igual a hora de contar histórias. Todo dia é a mesma coisa, ele escolhe três livros para eu ou o pai contarmos para ele. Tem dias que pede mais de três. Normalmente quando está mais cansado e não vai conseguir chegar acordado à segunda história. Foi o que aconteceu hoje. Ele me pediu que relesse Jabuti sabido e macaco metido, de Ana Maria Machado, editado pela Nova Fronteira, entre outros quatro livros. Mas só conseguiu ouvir a história de Ana Maria sobre uma disputa entre bichos de uma mata bem brasileira para saber qual é o mais sabido. A narrativa é muito legal e tem o tom de fábula, em que o comportamento dos bichos deixam lições de moral para nós, humanos. A fábula de Ana Maria nos ensina que muitas vezes aqueles que se acham os mais espertos são os bobos da história. Tudo em uma prosa impecável que ganha ainda mais brilho nas belíssimas ilustrações de Graça Lima que lembram a cerâmica de nossos índios do Xingu.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

A vida de Laura por Clarice Lispector

Ninguém duvida de que Clarice Lispector é uma escritora genial. Mas nem todo mundo sabe que ela escreveu para crianças. E, como não podia deixar de ser, sua literatura infantil é da melhor qualidade. O meu livro preferido é A vida íntima de Laura, ilustrado por Flor Opazo. Laura é uma galinha que tem o pescoço mais feio do mundo, e que, além de tudo, é burrinha e medrosa. Mas que apesar de burrinha, tem uns pensamentozinhos e sentimentozinhos. Imaginem só, uma história inteirinha dedicada a esta personagem tão comum, presente em qualquer quintal de interior. Pois é, mas o talento de Clarice faz com que o relato da vida íntima de Laura seja um delicioso livro para ser compartilhado com os filhos. Ela escreve como quem conversa com a criança, surpreendendo-a com comentários maliciosos sobre a galinha Laura. É realmente muito divertido xeretar a vida de Laura pela lente do maravilhoso texto de Clarice. Vale a pena ler este e os outros quatros títulos da escritora para crianças - Como nascem as estrelas, A mulher que matou os peixes, O mistério do coelho pensante e Quase de verdade, todos editados pela Rocco.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Papo de urubu

O Caio, meu afilhado, tem nove anos e é um flamenguista doente. Não à toa ao ser indagado qual era seu livro preferido, escolheu Meu pequeno rubro-negro, do Gabriel Pensador, ilustrado por Mario Alberto e editado pela Belas Letras. Eu, uma tricolor convicta, tenho que admitir que o livro é muito legal e tem tudo para encantar os pequenos rubro-negros. O texto do Gabriel Pensador é coloquial e cheio de informações sobre a história do time e as ilustrações de Mario Alberto fazem jus à grandeza do espetáculo que é uma partida de futebol no Maracanã. Se contado com o entusiasmo de um torcedor, vale como um clássico. Mas para isso tem-se que acreditar no que se lê. Por isso, quando meu filho Pedro vem me pedir, até implorar, para que eu leia o livro para ele, digo não e mando que vá procurar o pai, flamenguista como ele. Afinal, sou tricolor e este livro é papo de urubu.

sábado, 3 de janeiro de 2009

As marchinhas também encantam crianças

Na sexta-feira, eu e meu marido fomos assistir com uns amigos à reestréia do musical Sassaricando, e o Rio inventou a marchinha, em cartaz no Teatro das Artes, no Shopping da Gávea. O espetáculo é tão legal que me arrependi de não ter levado o Pedro. Acredito que ele, apesar de ser uma criança, iria curtir a peça e a possibilidade de conhecer as marchinhas que nos deixaram uma herança de irreverência e clássicos, que de tão conhecidos parecem até música de domínio público. Afinal que criança nunca ouvir falar do pirata da perna-de-pau, do olho de vidro e da cara de mau? Do Zezé e sua cabeleira? Das touradas de Madri? E da Marcha do Remador? Elas podem não saber que eram marchinhas, mas que as conhecem, as conhecem. E pela cara das várias crianças que estavam na platéia, o musical pode ser um boa opção para nossos filhos.