sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Um conto de Natal

É quase Natal! Tem dias que não atualizo o blog por causa da correria de fim de ano. Todo dia tem uma confraternização, todo dia tem um afazer. Mas agora que está chegando a hora, a vida vai ficando mais tranquila e, com poucas pendências a resolver, começo a buscar calma em mim mesma. Uma calma que, nestes dias que antecedem o Natal, se confunde com a melancolia e uma sensação de impotência diante das dores do mundo. O Natal me evoca este sentimento desde a adolescência, quando comecei a conviver com as minhas primeiras perdas. Mas este sentimento está em mim desde a infância. Lembro bem da tristeza que sentia ao ouvir o conto A pequena vendedora de fósforos, de Hans Christian Andersen. Aquela menina abandonada à própria sorte, na neve, sonhando com o aconchego que a vida lhe negara. Ficava muito, muito triste. Na verdade, fico até hoje. Por isso, me surpreendi quando, há bem pouco tempo, o Pedro trouxe a história da escola. Li todo o livro, editado pela Editora Scipione (a imagem ao lado é de um lindo curta da Disney), com a voz travada para não chorar. O Pedro a ouviu com a maior serenidade e, ao fim, me disse que tinha achado o conto lindo. Me perguntei por que ele, como eu, não se sentiu mal ao ouvir uma história em que uma criança morre de frio na véspera de ano novo sem que ninguém a ajude? Talvez, como a menina, ele tenha embarcado na fantasia que a tira daquela existência de dor e de abandono e, com isso, nem tenha percebido que ela se liberta pela morte. De qualquer forma, a Pequena Vendedora de Fósforos continua sendo, para mim, uma história de dor e sofrimento com a qual não sei lidar.

3 comentários:

Renata Lins disse...

Pra mim também, Lu. Essa história é muito difícil... eu nunca consegui ler sem chorar. beijo.

claudio rodrigues disse...

Pois acho que entendo o Pedro. Eu li esse conto logo depois que aprendi a ler, aos sete anos. Trouxe para casa um livrão da biblioteca das freiras com os contos de Andersen. Este é um dos que mais gostei. Não era a tristeza que me norteava na leitura, mas o maravilhamento com as visões da menina. Sobretudo, o modo como ela parte para sempre. Quantas vezes eu li querendo chegar ao final, quando a avó vem buscar a pequena, libertá-la do frio e da probreza. A propósito: tenho ela gravada em aúdio no site do cronopinhos.

Márcia disse...

A história é triste, mas linda. O autor lida com a morte de uma maneira tão poética, né? Amei a sugestão ainda que melancólica.